ELEIÇÕES 2022
Pesquisas não "preveem" resultados eleitorais, mas apontam tendências e guiam campanhas
Abordagem de entrevistados em locais de grande fluxo de pessoas é uma das técnicas utilizadas pelos institutos de pesquisa – Tomaz Silva/Agência Brasil
A menos de duas semanas do primeiro turno das eleições deste ano, candidaturas se organizam para buscar os últimos votos de pessoas indecisas ou até mesmo tirar eleitores de seus adversários. Os movimentos das campanhas são guiados, em grande parte, pelas pesquisas eleitorais, que se tornam cada vez mais frequentes à medida que o dia 2 de outubro se aproxima. E, se não são uma garantia absoluta dos resultados que as urnas trarão, elas dão um forte indício do que pode acontecer.
Apesar de ganharem enorme atenção dos eleitores quando publicadas nos veículos de imprensa e movimentarem as redes sociais, nem todas as pesquisas feitas são apresentadas. Muitas delas são contratadas por partidos e candidatos e servem de termômetro para as ações de campanha, mas jamais chegam ao grande público.
O cientista político João Feres Júnior, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), explica que diferenças de técnicas de abordagem e metodologia fazem com que haja distinções nos resultados apontados por diferentes institutos em relação ao mesmo pleito. Por isso, é importante avaliar ferramentas como o “Agregador de Pesquisas” do jornal O Estado de S. Paulo para se ter uma ideia mais próxima do real cenário da disputa.
“Não existe a possibilidade de ter certeza do resultado da urna através das pesquisas, mas os agregadores, que fazem ‘pesquisas das pesquisas’, ajudam a ver como as coisas estão. Se você pegar do dia 7 de setembro para cá, por exemplo, a tendência é de aumento de intenções de votos para o Lula [PT] e uma queda ligeira do Bolsonaro [PL]”, disse, citando os dois candidatos com maiores intenções de votos na disputa presencial.
Para buscar as intenções de voto, os institutos dividem a população alvo de determinada disputa eleitoral de maneira a tentar retratar da forma mais fiel possível a composição daquele grupo de eleitores. Pensando, por exemplo, nas disputas presidenciais, é feita a divisão da quantidade de entrevistados por diferentes municípios e regiões do país. Na sequência, são realizadas as divisões por renda, idade, escolaridade, raça e gênero, buscando estar o mais próximo possível da proporção de cada um desses grupos na população total.
A partir dessa divisão, os institutos partem em busca das entrevistas. As formas de abordagens variam, e cada uma tem vantagens e desvantagens. É possível, por exemplo, abordar pessoas na rua, em locais de grande fluxo; realizar entrevistas por telefone, ou até mesmo visitar pessoas em seus domicílios.
“No caso das entrevistas por telefone, pessoas mais pobres podem ficar de fora por não ter uma linha, enquanto pessoas muito ricas podem evitar atender as ligações. Quando é feita a abordagem na rua, são excluídas pessoas que não podem sair de casa, ou aquelas que se deslocam apenas de carro, evitam caminhar. A visita domiciliar se aproxima mais do ideal, mas também é a mais cara, e mesmo ela tem problemas, e o ideal seria que fossem sorteadas as casas entre todas as residências do país, o que é impossível e inviabilizaria o levantamento”, explica Feres.
“Para mais ou para menos”
De tão presentes no cotidiano, as pesquisas eleitorais se tornaram referência para discutir outros assuntos. Termos como “margem de erro” se tornaram comuns no dia a dia, até mesmo no caso de pessoas que não se interessam por política ou pelo cenário eleitoral. Atualmente, a lei eleitoral brasileira prevê a necessidade de divulgação da margem de erro logo que o levantamento vai ser registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), antes mesmo da realização da pesquisa.
“O conceito da margem de erro é bem simples. Vamos imaginar uma margem de três pontos percentuais. Se uma pesquisa mostra que um candidato tem 12% das intenções de voto, isso quer dizer que ele tem, segundo a pesquisa, a chance de ter entre 9 e 15% do total de votos”, destacou o cientista político. Quanto maior o número de pessoas entrevistadas, diminui a margem de erro.
Outro conceito, talvez menos conhecido mas igualmente importante, é o do intervalo de confiança, que se relaciona diretamente com a margem de erro. Quando o intervalo de confiança é de 95%, por exemplo, isso quer dizer que a cada 100 pesquisas realizadas com aquelas mesmas características, 95 delas estarão refletindo os resultados dentro da margem.
Desconfiança não justificada
Feres lembra que os institutos de pesquisa dependem da credibilidade construída ao longo dos anos para se manterem no mercado. Por isso, os ataques de bolsonaristas aos resultados dos levantamentos “não deve ser levado a sério”, na avaliação dele. “Essa suposta desconfiança é por que as pesquisas mostram que o Bolsonaro está atrás do Lula. Se estivesse na frente não haveria desconfiança alguma”, complementa.
O cientista político, porém, propõe mudanças na legislação que trata das pesquisas. Os institutos são contratados, por exemplo, por partidos e instituições financeiras, o que pode levar a conflitos de interesses, já que quem contrata pode não gostar do resultado. Um caso que ganhou notoriedade este ano foi a suspensão da divulgação de um levantamento feito pelo Ipespe a pedido da consultora financeira XP após pressão de bolsonaristas.
“O caso da XP mostra como esse tipo de patrocínio privado de pesquisas pode ser complicado. Se uma instituição só banca algo que é bom para eles, quem garante a credibilidade? Ou então, quando um instituto é contratado por um partido ou candidato, ele pode estar interessado que aquele que o contratou vença a eleição, pois lá na frente pode ser contratado pra prestar outros serviços caso ele se torne titular do governo. Não estou afirmando que isso aconteça, mas gosto de propor o debate, o TSE tem que estar ligado nisso”, completou.
Edição: Thalita Pires
Em Seminário, Fórum Sindical e Popular discute realidade da Saúde em Minas Gerais O Seminário “Os Desafios na Organização da Luta por Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador foi realizado nos dias 7 e 8 de agosto, no auditório do Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte (SECBHR) e organizado pelo Fórum Sindical e Popular de Saúde, abordou temas relacionados à saúde dos trabalhadores e discutiu estratégias e desafios na luta por melhores condições de saúde e trabalho. O evento reuniu personalidades do debate nacional da questão, como Marta de Freitas, Engenheira Mecânica pela Universidade de Itaúna, especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho, e Coordenadora do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador e da Trabalhadora de Minas Gerais desde 2012.Embora tenham ocorrido avanços importantes no campo da saúde, problemas antigos persistem e novos têm surgido. As conferências, seminários são momentos oportunos para a análise da história, do momento presente e das tendências que se anunciam. A compreensão do Mundo do Trabalho na atualidade e o impacto que ele produz na vida e na saúde da trabalhadora e do trabalhador tem norteado a busca do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador e da Trabalhadora de Minas Gerais na luta por promoção, prevenção e cuidado com a saúde para além da ausência de doenças, acidentes e incapacitações, através da afirmação do trabalho digno, decente e seguro. Após 36 anos da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), identificamos o fortalecimento do setor privado e do capital na área da saúde, em detrimento do interesse público e do SUS. Em questão, as estratégias de luta pelo direito à saúde necessária e possível no contexto atual. Ao longo desse período, o país mudou sua situação demográfica, epidemiológica, econômica, política e educacional, mas não superou as desigualdades sociais e as agressões ao ambiente. TEMÁRIO EXPRESSIVONo primeiro dia, a programação do Seminário focalizou temas a atualidade da saúde, como “Novos modelos de Regulações do Trabalho: Risco da Destruição dos Direitos Trabalhistas”; “Alterações das Normas Regulamentadoras e seu Impacto na Saúde e na Vida das Trabalhadoras e Trabalhadores”, e Saúde Mental e Trabalho”.Na manhã do dia 8, a apresentação do tema “5ª Conferência Nacional de Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador (5ª CNSTT) e a Importância das Conferências Livres”, feita por Eduardo Bonfim da Silva, do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e Ambientes de Trabalho (DIESAT), e Olga Oliveira Rios, Consultora da Coordenação-Geral de Vigilância e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, estimulou amplo debate entre os delegados presentes.RELATÓRIO – Coube à Marta de Freitas apresentar o “Balanço das Atividades do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador e da Trabalhadora de Minas Gerais”, tema que resumiu as ações, progressos e dificuldades encontradas pelo grupo. Compuseram a mesa com a Coordenadora, Wantuir Batista Marques, diretor do SECBHR, e Lorenza Machado, Técnica em Segurança do Trabalho e Consultora Especialista na área de Medicina e Segurança do Trabalho.PARCERIA SINDICAL Anfitrião do evento, João Periard, presidente do SECBHR, abriu as postas da entidade para o Fórum, por ser um instrumento para promover o debate sobre as mudanças que ocorrem nas normas regulamentadoras e no Mundo do Trabalho, a partir da avaliação do impacto na saúde provocado por essas alterações. O sindicalista ofereceu as instalações da entidade para a realização das reuniões do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalho, um coletivo que promove reuniões mensais e que está aberto para a participação das pessoas em geral. Mesmo reconhecendo as dificuldades constantes que o movimento social tem de enfrentar, Vandeir Messias, presidente da Força Sindical de Minas Gerais, ressaltou que o Fórum é um coletivo que promove reuniões mensais e que está aberto para a participação das pessoas em geral. Renato Ilha, Jornalista (Fenaj 10.300) Veja fotos do Evento SindLuta presente no 8° Congresso Internacional de Direito Sindical, em Fortaleza/CE O presidente Vandeir Messias e o Secretário-Geral Carlos Cassiano representaram… A vez da igualdade salarial entre homens e mulheres. Informativo SINDLUTA Vandeir Messias é presidente do SindLuta e da… ABCMI de Minas proporciona três dias de palestras e integração para pessoas da terceira idade Informativo SINDLUTA A Melhor Idade tem chamado a atenção da…
O presidente Vandeir Messias e o Secretário-Geral Carlos Cassiano representaram o SindLuta no 8º Congresso Internacional de Direito Sindical, promovido pela Excola, nos dias 25 e 26 de abril de 2024, em Fortaleza, capital do Ceará. Junto aos sindicalistas, o advogado Agmar Tavares, do setor jurídico da entidade sindical. Carlos Cassiano também preside a Federação Mineira dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas, Farmacêuticas e Fertilizantes de Minas Gerais (Femquifert-MG). O evento destaca o cenário sindical, ao reunir anualmente as diversas correntes sindicais para debater temas relevantes e promover a troca de ideias e experiências. Em 2024, o Congresso aborda como tema central “Política, democracia e sindicalismo”, considerando a iminência das eleições e seu impacto no cenário político e sindical brasileiro. O 8º Congresso Internacional de Direito Sindical é uma oportunidade de alertar os participantes sobre os desafios políticos e sociais enfrentados pelos trabalhadores, focalizando o debate em torno da reconstrução jurídica dos direitos sociais e da resistência política frente aos ataques trabalhistas.