SindLuta: a história de um sindicato polivalente
A história deste sindicato começou em 19 de abril de 1985, quando esta entidade foi fundada, na cidade de Contagem. Foi um período sofrido e difícil, devido às circunstâncias em que o país se encontrava. Havíamos acabado de sair do regime militar e a democracia era uma criança, que dava seus primeiros passos A economia estava estagnada e a inflação era um dragão indomável.
Diante dessa situação de calamidade política e econômica, o SindLuta arregaçou as mangas e caminhou em defesa dos operários oprimidos, que não tinham nem sequer conhecimento para defesa própria. Não tinham também conhecimento dos deveres e direitos referente ao seu trabalho nas fábricas.
Contudo, foi em 1984 que acendeu-se uma luz, não no fim do túnel, mas no início. Tratava-se de uma associação de trabalhadores, homens que possuíam um sonho. Queriam se libertar de condições indignas nos setores de trabalho. Os anseios daqueles homens eram voltados para a conquista de uma vida melhor, preferencialmente, com salários mais justos, sem exploração e, com segurança e saúde. Aqueles homens buscaram, não se sabe de que lugar, uma coragem sobrenatural e fundaram uma associação de trabalhadores. Era o início de novos tempos.
Com o passar dos meses, tais pessoas, aumentaram suas mobilizações, uniram-se ainda mais e, ao ganharem forças, deram um grito de liberdade e vitória maior ainda. Em 17 de abril de 1985, com uma garra imensa, com a cara e a coragem, tais homens fundaram então o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Belo Horizonte e Região.
Desde a criação sua criação, o SindLuta tem resistido bravamente ao “capitalismo selvagem” praticado em nosso país. Houve resistência em muitas transformações sociais e políticas ocorridas em nosso Brasil.
Em 1988, o sindicato dos plásticos, como então era chamado o SindLuta, sagrou-se vitorioso, quando em 24 de agosto deste ano, recebeu de Brasília a Carta Sindical com a Extensão de Representação pra todo o Grupo 10 da CLT. O sindicato foi construído na luta contra os patrões e o governo e, na época, contava com apenas quatro mil trabalhadores na base.
Em pouco tempo este número subiu para 20 mil, sendo eles provenientes de vários ramos da produção: produtos químicos para fins industriais; produtos farmacêuticos; preparação de óleos e artigos de toucador; resinas sintéticas; sabão e velas; fabricação de álcool; explosivos; tintas e vernizes; adubos e corretivos agrícolas; defensivos agrícolas; matérias-primas para inseticidas e fertilizantes; abrasivos; álcalis; lápis, canetas e materiais do escritório; defensivos animais; refino de óleos minerais; e material plástico, inclusive laminados plásticos.
Com isso, em 1988, o sindicato teve suas tarefas aumentadas, assim como as preocupações. Porém, com a mesma garra, determinação e coragem que o sindicato foi construído do nada, sua então diretoria teve a certeza de que iria dar conta de levar a entidade adiante, com o esforço e mobilização dos milhares de companheiros que naquele momento passou a representar.
Foi em 2004 que a diretoria, encabeçada por Vandeir Messias Alves foi eleita e empossada, iniciando-se assim uma nova era no SindLUta. O sindicato finalmente teve uma cara nova; no passado ficaram as irregularidades, os acordos ruins para os trabalhadores, as campanhas salariais derrotadas.
A nova diretoria, junto com a categoria, trilhou novos rumos e construiu um sindicato novo. Foram propostas novas atuações e dentre elas pode-se citar um antagonismo aos procedimentos irregulares, o hábito de negar aos trabalhadores o direito básico a associação, informação, defesa, assistência jurídica gratuita, enfim, todo um trabalho social. Esta diretoria propôs uma súplica pela participação contínua dos trabalhadores junto ao sindicato, sempre cobrando, dando sugestões, reivindicando, exigindo prestação de contas e fiscalizando, seja através de assembleias, cursos reuniões ou seminários.